Um dos temas mais debatidos na regulamentação da reforma tributária foi a inclusão das proteínas animais na cesta básica isenta de impostos. Esta medida só foi possível após a pressão da bancada do agronegócio e um raro recuo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Inicialmente, Lira argumentava que a inclusão das proteínas poderia exceder a alíquota total prevista pelo Ministério da Fazenda. No entanto, ele não conseguiu apoio suficiente para sustentar sua posição e teve de ceder diante da forte pressão exercida, principalmente, pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
A mudança começou quando a bancada do agronegócio ameaçou votar contra Lira. Essa posição se consolidou após a FPA receber o apoio do PL, a maior bancada da Casa, que propôs a isenção de impostos para a carne. Diante dessa situação, Lira recuou.
O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA, estimou que, mesmo sem o apoio de Lira, a isenção obteria pelo menos 400 votos, bem acima dos 257 necessários. No final, o destaque do PL para incluir a carne na cesta básica recebeu 447 votos favoráveis e apenas três contrários.
Comentando o resultado, Lupion afirmou que a inclusão das proteínas animais na cesta básica isenta de impostos refletiu a vontade da maioria do Congresso. Ele elogiou a decisão política do relator, que evitou uma disputa no Plenário, e observou que a maioria dos líderes reconheceu o amplo apoio à inclusão.
Lupion também mencionou que, embora não houvesse consenso com Arthur Lira sobre a inclusão das carnes na cesta básica, Lira concordou com a medida no final, em função da vontade majoritária da Casa. Ele destacou o papel de articulador de Lira, afirmando que, embora muitas vezes não concordasse com os pleitos da FPA, o presidente da Câmara sempre esteve disposto a ouvir, resultando na plena aceitação da pauta.