NA CPAC: Milei vem ao Brasil para evento com Bolsonaro e ignora Lula.

Jornal O Grito da Liberdade
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O presidente da Argentina, Javier Milei, cancelou oficialmente nesta segunda-feira (1º) sua participação na Cúpula do Mercosul, após um novo embate com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Presidência argentina confirmou que Milei virá ao Brasil no próximo fim de semana para participar de um evento liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante sua estadia no país, Milei não se encontrará com Lula.

A decisão de Milei foi confirmada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni. Ele negou que a desistência de comparecer à reunião de chefes de Estado do Mercosul, em Assunção, no Paraguai, tenha relação com algum incômodo com Lula. Adorni, entretanto, afirmou que não haverá reunião entre eles no Brasil.

Milei vai repetir o que fez em sua recente viagem à Espanha, país governado pelo socialista Pedro Sánchez. Ele irá a Balneário Camboriú, em Santa Catarina, onde o ex-presidente brasileiro e seus aliados políticos promovem uma cúpula de direita, a CPAC (Conservative Political Action Conference). A organização está a cargo do Instituto Conservador Liberal, presidido no Brasil pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O ex-presidente Bolsonaro já está confirmado como palestrante, e nomes da direita latina, como o chileno José Kast, também participarão. Milei esteve na edição do fórum realizada em 2022 no Brasil e, em fevereiro deste ano, compareceu à edição nos Estados Unidos, onde conversou nos corredores com o ex-presidente Donald Trump. Eles posaram para uma foto, e Trump declarou: “Make Argentina Great Again”, uma versão de seu slogan MAGA, acrônimo de Make America Great Again.

O favoritismo de Trump na campanha e seu eventual retorno à Casa Branca são vistos por esse movimento político como uma esperança de promover e fortalecer a direita no Brasil e na América Latina. Uma postagem do CPAC com a pergunta “Será que ele vem?” mostrava Milei dizendo que se deu conta de que “o inimigo número um é o socialismo”. No vídeo, o argentino comentava a importância do “alinhamento internacional” da direita, por meio de fóruns como o CPAC, e do contato com lideranças como Bolsonaro e a premiê da Itália, Giorgia Meloni.

Milei esteve na Itália para a cúpula do G7, a convite de Meloni, em junho. Na ocasião, apenas cumprimentou Lula protocolarmente, já que o petista também era convidado para uma das sessões de debate ampliado do G7. Eles dividiram a mesma mesa numa plenária, mas não interagiram.

Na semana passada, Milei voltou a chamar Lula de “corrupto” e “comunista”, em resposta a uma cobrança do petista por um pedido de desculpas por declarações anteriores, feitas ao longo da campanha eleitoral argentina, consideradas pelo petista como “ofensas e provocações”.

A mudança de planos indica que Milei abandonou um período de busca de pragmatismo na relação com o governo Lula, quando chegou a indicar o desejo de uma reunião conjunta em duas cartas. A diplomacia brasileira não respondeu às cartas enviadas por Milei.

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